2Nsolutions
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

[ JERICHO ] - Super análise

Ir para baixo

[ JERICHO ] - Super análise Empty [ JERICHO ] - Super análise

Mensagem  2N Solutions Qua 12 Dez 2007 - 13:55

Super análise do grande game de terror, JERICHO

Uma cidade eterna, um demónio intemporal e intento em transformar a nossa realidade num abismo, uma força especial cujos membros são compostos por magos e demais possuidores de poderes ocultos, uma aventura que promete levar-nos aos confins do inferno e de volta. Esta é premissa de Clive Barker?s Jericho e, para quem conhece o autor, o mais recente jogo da Codemasters parece ter tudo para satisfazer os amantes do género.

No entanto, um nome não faz um jogo. É esta a sensação com que ficamos depois de terminar Jericho, pegar na caixa e ver o nome de Clive Barker a olhar para nós. Não que Jericho seja um mau título, mas a sua associação directa a um dos nomes mais proeminentes da literatura de terror contemporânea eleva automaticamente as expectativas. Ainda mais, se tivermos em conta que foi Barker a apadrinhar Undying, um atirador que demonstrou que os jogos podem ser um excelente médium para narrativas e sensações fortes.

Talvez o problema seja mesmo esse. Em comparação com Undying, Jericho acaba por parecer um título pálido. O motivo torna-se óbvio depois de algumas horas de jogo. Jericho empenha-se mais em oferecer gore gratuito e cenas chocantes do que em arrastar o jogador para a sua estória e ambiente soturnos. O resultado é um jogo em que sabemos quase sempre o que vai estar à nossa espera ao virar da esquina.

Qualquer apreciador de cinema de terror sabe que, dentro do género, é a ansiedade, a incerteza acerca do que nos rodeia que cria tensão e uma experiência assustadora. Jericho parece ter-se esquecido dessa lição em várias áreas chave.

[ JERICHO ] - Super análise J1os7

Para começar, o sistema de alteração de personagens, mesmo parecendo uma mecânica interessante no início, cedo se revela como o principal entrave à imersão. Durante os tiroteios, é possível ?saltar? de personagem em personagem, utilizando as suas armas e habilidades mágicas específicas consoante a situação o requer. Mais do que isso, sempre que a personagem que controlamos morre, podemos ocupar o corpo de um companheiro e reanimar os combatentes caídos, que regressam à acção sem um arranhão. Isto introduz uma variedade impressionante no jogo, mas não sem antes arruinar por completo o sentimento de medo que advém da possibilidade de morrer a qualquer instante, que aqui não existe. Se forem abatidos por fogo inimigo, só têm de apanhar boleia de outra personagem e reanimar toda a gente. A luta continua, e o resultado final é sempre o mesmo: uma pilha de inimigos fumegantes e cravejados de balas.

E cravejados é a expressão correcta, uma vez que a cada checkpoint as munições são reabastecidas de forma automática, o que significa que podem disparar alegremente sem se preocuparem com isso. Mais uma vez, este facilitismo impede que o jogador se embrenhe verdadeiramente na acção, tendo de fazer pouco mais do que disparar a torto e a direito.

No entanto, o sistema de múltiplas personagens tem os seus aspectos positivos. Cada elemento da Jericho Team tem às sua disposição duas habilidades mágicas que serão instrumentais no avançar da narrativa. Desde a possibilidade de controlar balas através de telecinése até abrandar o tempo para que os inimigos sejam mais fáceis de abater, o rol de aptidões arcanas é variado e interessante. Os momentos altos de Jericho são aqueles em que temos de usar diversas destas habilidades em conjunto para ultrapassar determinado obstáculo. Infelizmente, também aqui encontramos alguns problemas. Não são poucas as vezes em que o jogo nos tenta levar pela mão, indicando qual a personagem que temos que utilizar em determinada situação. A suspensão de descrédito é assim comprometida, com mensagens em texto que não deixam margem para dúvidas: estamos a jogar um jogo, não a viver uma experiência.

[ JERICHO ] - Super análise J2ry5

Em seu beneficio, Jericho conta com um departamento técnico acima da média. Todo o trabalho de design por trás das criaturas que enfrentamos salta à vista quando somos confrontados com oponentes que parecem saídos do inferno. Sangue, vísceras e demais tecidos orgânicos contribuem para um quadro de uma beleza grotesca. Por outro lado, os ambientes em que a Jericho Team combate podiam ter recebido um melhor tratamento. O design dos níveis torna-se monótono muito depressa, enquanto transitamos vezes sem conta de corredor apertado para sala repleta de oponentes, ad nauseam.

No capítulo sonoro, a história é outra. Desde o constante tagarelar dos nossos companheiros, mesmo durante os tiroteios mais cerrados, até aos ruídos guturais de cada abominação, a qualidade é imensa. A música é sombria e reflecte a acção na perfeição.

Como nota final, resta apenas referir que Jericho não traz consigo nenhum modo multijogador. Tendo em conta as diversas personagens e as suas habilidades distintas, teria sido interessante ver de que forma um ambiente competitivo online seria o reflexo disso mesmo. Assim sendo, restam as cerca de quinze horas de jogo e a possibilidade de jogar em dificuldades superiores.

Se tivéssemos de fazer um paralelo directo com uma realidade cinematográfica, poderíamos comparar Jericho a Aliens 2: O Recontro Final. Quando todos esperavam um título de terror intenso como o oferecido por Undying (e Aliens), Jericho brinda-nos com uma aventura bélica onde os tiroteios assumem o papel preponderante. Não deixa de ser um Atirador na Primeira Pessoa competente e , em muitos aspectos, extremamente divertido, com mecânicas de jogo originais. No entanto, sentimo-nos defraudados com o pacote no seu todo.
2N Solutions
2N Solutions
Admin
Admin

Número de Mensagens : 97
Idade : 41
Data de inscrição : 04/12/2007

https://2nsolutions.forumeiros.com

Ir para o topo Ir para baixo

Ir para o topo


 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos